segunda-feira, 23 de maio de 2011

Martyn Chudley: "Bizarre era viável financeiramente"

O encerramento da Bizarre Creations certamente não deixou ninguém indiferente. O estúdio que tinha no seu histórico jogos como Project Gotham Racing, Blur e The Club, fechou as portas por ordem da Activision, companhia que comprou o estúdio.

No entanto a necessidade de encontrar um parceiro de maior envergadura não era tão imperiosa como se pensa, pois o estúdio era rentável economicamente e contava com vários projetos antes de ser vendido à Activision. A aliança que tinha como objetivo garantir a sua existência, acabou por exterminá-los.
Em entrevista à revista EDGE, Martyn Chudley, ex-membro da Bizarre, contou que, "Tínhamos dinheiro no banco e vários projetos potenciais para trabalhar. No entanto aproximava-se o final do desenvolvimento de Project Gotham Racing 4 e de The Club, e tomou-se a decisão (assinar novos projetos seria caro no futuro) de filiar-se com uma distribuidora para garantir a segurança futura do estúdio, dado que não haveria tempo de inatividade entre os projetos, ou ter de passar pelo processo de apresentar projetos, fazer as suas demos e esperar aprovações."
"O desejo da Activision para um projeto de jogos de corridas pareceu-nos caber que nem uma luva. Os nossos parceiros da época, tanto a Microsoft como a SEGA, não pareciam estar interessados nos nossos serviços. Com a Activision, com o desejo que tinha por um projeto de corridas e com a licença de Bond, parecia-nos ser a opção correta."
"Sempre fomos orgulhosamente independentes, e tentamos sempre fazer melhor aquilo que pensávamos que era o correto para os nossos funcionários, os jogos e a companhia. No entanto quando a Activision tomou conta de nós, sentimos e acredito que eles também sentiram, de que iam nos deixar continuar com a nossa cultura, e por uns tempos correu bem, mas aos poucos, as coisas começaram a mudar. Já não éramos um estúdio independente a fazer os nossos jogos, estávamos a fazer jogos para preencher lacunas. Embora tenhamos acreditado em todos eles, eles eram mais produtos de comissões e analistas".
Martin Chudley contou também que tiveram a oportunidade de comprar de volta a Bizarre antes da Activision fechar o estúdio, mas "pessoalmente pensei que havia um potencial muito maior, tanto para a segurança como para o bem-estar da companhia, se houvesse interesse de uma third party. Infelizmente não foi esse o caso."
Sarah Chudley interveio na entrevista acrescentando que, "A Bizarre cresceu ainda mais quando foi adquirida pela Activision, e nós simplesmente não temos as habilidades, capacidade nem recursos financeiros para tomar conta de mais de 200 pessoas. Martyn e eu fomos sempre pessoas de uma companhia pequena, e foi por isso que nos afastamos quando percebemos que eram necessárias as habilidades de uma grande companhia para gerir o estúdio."

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